quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Procura-se Minha Namorada - Capitulo Catorze



– Fiquei sem resposta.
– Sobre? – Nem, vem Christinne!
– Se você gosta de... – Foi interrompido pelo telefone que tocava histericamente em seu bolso. – Alô [...], vou levar a Chris em casa [...], Tom! [...], vá se ferrar [...], depois nos falamos. Beijo.
– Era o Tom?
– Sim, era. E agora você...
– Minha casa! – O Interrompeu. Cara*ho, o que custa responder o garoto!? – Caramba, tem mais gente que antes.
– Desculpa por isso.
– Já não falei pra parar com isso?
– Ah, é verdade. – Disse após lembrar que Chris desligou o telefone na cara dele. Desceram do carro e logo foram rodeados por fotógrafos e tudo mais.
– Calma pessoal, já disse que vou responder. – Chris simplesmente argumentou e eles deixaram ela e Bill passar. Ele ficou admirado, tipo... “ eu sou famoso a um tempão e não consigo isso. Ela do nada fica conhecida e já controla eles?” Sentaram-se os dois na escada de frente para imprensa. Ia ter perguntas... Cada pergunta.
– O que a Chris é sua Bill?
– Eu não prometi responder, ela prometeu. Perguntem tudo a ela. – Chris o encarou com um olhar que dizia algo como: “traidor!”
– O que o Bill é seu Chris?
– Meu amigo.
– Estão saindo a quanto tempo?
– Não faz mais de duas semanas que eu falo com ele.
– Você já o beijou?
– Quando a gente se cumprimenta, eu beijo ele no rosto.
– Ele já te beijou?
– Já.
– Na boca?
– Guarde essa pergunta, e me pergunte essa amanha! – Chris deu um pulo da escada. – Temos que entrar, desculpa. Adorei falar com vocês. – Puxou Bill para dentro de casa. Caminhou até a cozinha, abriu a geladeira e pegou uma cerveja. – Depois dessa, eu preciso beber.
– Foi você que quis falar.
– Você está achando engraçado né, Bill?
– Nem um pouco. – Segurou o riso.
– Ri disso. – Largou a cerveja e foi até a porta de casa. – Olha gente, assumir não mata né? O Bill já me beijou sim. Na boca e mais de uma vez. – Sorriu ,deu tchauzinho e fechou a porta.
– Você é única! – Mesmo um pouco assustado, Bill voltou a rir.
Sentaram-se no sofá para assistir TV. Chris insistiu em ver um filme de terror, Bill aceitou e foi fazer pipoca. Que filme horrível! Sério, dava muito medo, eu não me lembro o nome. Nem sei quem tomos mais susto. Tinha pipoca pra todo o lado. O mais legal era que, quanto mais susto esses dois levavam, mais perto eles ficavam. Bill já estava com o braço em volta da cintura da Chris e a mesma apertava a mão dele toda a vez que se assustava no filme.
Quando terminou o filme...
– Chris, posso te refazer uma pergunta?
 Bill, você já perguntou. Agora já chega! – Chris se virou e o beijou. Foi muito engraçado, o Bill se assustou com a atitude dela, mas a correspondeu rápido. Ele segurava sua cintura com uma mão, e a outra estava sobre o rosto vermelho de Chris. – Sim seu chato. Que coisa, você repete as coisas demais!
– Olha, eu não acredito que você gosta de mim.
– Está me chamando de mentirosa?
– Não! É que é bom de mais para ser verdade. – Sorriu. – Sabe, eu tive tanto medo de não te encontrar de novo depois da estação de trem. E ai apareceu a sua mãe e tudo mais. Caramba! Eu tenho muita sorte. Tirando que infelizmente, vou ter ir embora. Está ficando tarde. – Os dois se mantinham abraçados.
– ah. Tarde? A minha mãe e a Juh nem chegaram ainda.
– Sua mãe está no quarto dela;
– Como sabe?
– Estávamos assistindo filme, sua mãe chegou, deu oi e foi para o quarto. Você não viu porque estava gritando e assistindo filme.
– Nossa.
– Então, acho que vou mesmo.
– É impressão minha ou você está fugindo? – Se faz Chris! Nossa que menina atriz!
– Não começa! Eu fiquei esse tempo todo aqui. E ficaria mais, só que tenho casa, irmão, banda...
– Por que não dorme aqui? Tem mais dois quartos sobrando. – O Chris, e eu que pensava que você era lerda!
– Nossa! Danke pelo convite. Mas nem trouxe nada, e sinceramente, eu preciso de muita coisa. – Assumiu triste.
– Ligue para o Tom, o convide parar dormir aqui também. – Apelando em menina. – Ele pode trazer suas coisas. Vamos ter uma noite do pijama, que tal? – Ora, ora! Está bem, isso está ficando interessante. – Juh vai adorar! – E ainda usa a irmã mais nova, que feio!
– Se é assim. – Sorriu. – Vou ligar para o Tom.
Não creio que com vinte anos essa gente decide fazer uma “festa do pijama”. O incrível foi que Tom aceitou. Mas deu para perceber que ele estava fazendo isso pelo Bill. Saiu de casa com duas malas. Sim, malas de viagem, daquelas grandes. Na verdade uma só era grande, a outra era pequena, uma mochila na verdade. Já dentro do carro, no caminho curtindo um som, passando por uma rua um tanto escura de bairro, entrou na via que levava a Drainsfort. Do lado esquerdo da via, as lojas já estavam fechando. Do lado direito havia poucas casas, algumas lojas já fechadas, e mato. Não mato exatamente, eram florestas pequenas. Se aproximando mais da casa de Chris, Tom avistou três rapazes debaixo de uma arvora, meio que discutindo com uma garota. Ele diminuiu a velocidade, a fim de cuidar da vida dos outros. Foi ai que a coisa ficou mais pessoal, a garota era Juliane. Sinceramente, o que essa pirralha está fazendo na rua a essa hora da noite? Não era de se assustar que alguns bêbados a achassem caminhando sozinha por ai. Adolescentes... Vocês em!
– O que esta menina está aprontando? – Resmungou Tom para si mesmo estacionando o carro um pouco mais a diante da discussão. Desceu do carro respirando fundo. – Juliana! – Chamou. Todos se viraram para encará-lo. Tom estremeceu.
– É Juliane, droga! – Reclamou tentando se desvencilhar de um dos garotos. – Tom, me ajuda!
– Olha só rapazes, larguem ela. Sério, vai ser bem ruim se fizerem algo. – Falou calmo. Aproximou-se e em um só puxão a soltou dos braços deles. Juh caiu no chão atrás de Tom, massageando o braço dolorido.
– Não se mete playboy! Vai achar as tuas. – Um dos rapazes, um moreno alto e magro foi pra cima de Tom, que deu um passo para trás.
– Olha, eu não posso me meter em brigas, ok? – Tah, o Tom queria meter um soco na cara desse idiota, só que a sua fama o impedia.
– Ih, a bichinha já está pulando fora. – um outro cara debocha. Tom cerra os punhos afim de não se irritar.
– Seu idiota eu arrebento você fique sabendo! – Tom foi pra cima dele, jogando um dos caras no chão. Os outros o encaram, ia dar merda. Juliane se levanta do chão, e sem mais nem menos acerta um soco no nariz do baixinho. Pega a mão de Tom e os dois correm para o carro. Atrás só se ouvia os xingamentos dos caras, sendo que um havia ficado com o nariz quebrado. Tom arrancou com o carro, por um fio não virou manchete de revista. – Que merda! O que estava fazendo sozinha, as dez horas passadas em pleno fim de mundo? – Pergunta bravo. Juliane se encolheu com o tom de sua voz. Tom percebeu que ela havia se assustado e tentou se acalmar. – Você está bem?
– Estou. – respondeu segurando os joelhos contra o peito no banco da frente, encarando as ruas.
– Tocaram em você?
– Não.
– Está com medo?
– Não.
– Me dá uma resposta concreta, por que bateu no cara?
– Eu vi que você ia indo pra cima de uns e outros, não ia ficar legal pra você. Então eu me meti, assim caso algo acontecesse, não ia sair no jornal que você tinha se metido em briga.
– Ah, entendo. Esperta você.
– Obrigada por me ajudar.
– Não vou estar sempre por perto.
– Eu sei, pra onde estava indo?
– Sua casa. Eu e o Bill vamos dormir lá.
– Nossa, que... Que legal. – Tentou sorrir. – Só não conta sobre esse acontecimento para Chris e pra minha mãe. Eu não vou pedir para não contar pro seu irmão, porque eu sei que você vai contar. – Riu tristonha.
– Se prefere. – Deu de ombros. Eu achei muito tenso esse negócio da Juh. Ainda bem que existe o Tommy! Ao chegar em casa, os dois deram de cara com a nuvem de fotógrafos e tudo mais. Tiveram de atravessar a multidão para entrar logo. Nos últimos tempos os meninos andam saindo muito sem segurança, qualquer dia vão ser sequestrados  Juliane mudou a face para não mostrar estar desconfortável e seguiu para casa. Tom foi à frente, abriu a porta e os dois entraram.
– Que atraso em! – Chris estava sentada no sofá, com uma camisola lilás e um roupão por cima.
– Tom chega aqui. – Tom se aproximou e Bill sussurrou em seu ouvido. – O que aconteceu? Eu sei que algo aconteceu. – Esse negócio de irmão gêmeo deve ser muito tenso.Imagina, você acaba não tendo vida pessoal, porque querendo ou não, seu irmão sabe que você tem algo a dizer.
– Depois.
– Juh, onde estava? – Chris perguntou, já que brisava no assunto.
– Na casa da Kass. Eu estava na parada de ônibus e o Tom passou. Nem sei como ele me reconheceu. Ai ele me deu uma carona.
– Ah, que bom. – Nem suspeitou. Virou-se para Tom. – Vocês só vão passar uma noite, pra que trouxe uma mala de viagem e uma mochila?
– A mochila é minha. A mala é do Bill. – respondeu passando a mala para o irmão que sorria.
– Danke por trazer maninho. – Bill passou o braço sobre o ombro de Tom e encarou as duas irmãs que ficaram como estátuas.
– Só vocês mesmo! – Chris voltou a se sentar no sofá. – Jub’s, está tudo bem, você parece estranha. Normalmente você é a mais agitada e alegre, agora está quieta ai.
– Então vou à varanda tomar um ar. Eu estou cansada. – Se levantou e foi até a saída da sala.
– Aconteceu alguma coisa, essa garota não é assim.
– Ela é adolescente, deixa ela pensar. – Bill, o sábio!
 Fiquem ai, eu não vou segurar vela. – Tom começou a rir da cara dos dois. – Vou conversar com a Juh. – Largou as malas e saiu.
Era um jogo. A vida é um jogo. As vezes só precisamos arrumar as peças de forma correta. Pergunto-me o que a rainha faz tão próxima do rei, mas sem se movimentar. O que as torres estão fazendo sem protegê-los. Isso está muito confuso, como está. Eu preciso de férias. Preciso de descanso. Talvez eu largue essa narrativa na mão daquele idiota. MENTIRA! Nunca faria isso. Chris e Bill ficaram conversando, e rindo, rolou beijinho e tudo mais. Que coisa, custa assumir logo? Por que o Bill ainda não pediu ela em namoro? Nossa, que coisa!

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